Após estudarmos:
- que a matéria carrega energia nas ligações entre seus átomos,
- que os seres vivos se alimentam para conseguir matéria e energia,
- e que parte da matéria é acumulada no corpo dos seres vivos e parte é perdida na respiração após sua queima para a obtenção de energia,
vamos
compreender como a matéria e energia flui no ecossistema, na cadeia alimentar.
Toda cadeia
alimentar inicia-se com um PRODUTOR que é um ser vivo capaz de capturar a
energia solar e aprisionar essa energia em moléculas orgânicas (C6H12O6),
a partir da reorganização das moléculas que adquire do ambiente (CO2
e H2O). No caso, os produtores podem ser plantas ou algas fotossintetizantes.
Aprisionando a
energia solar, o produtor torna-se a principal fonte de energia para os níveis
seguintes da cadeia alimentar. O CONSUMIDOR PRIMÁRIO será o herbívoro que se
alimenta do produtor, adquirindo matéria e energia. Posteriormente, virão
outros CONSUMIDORES (SECUNDÁRIO, TERCIÁRIO...) que são carnívoros que se
alimentam dos herbívoros ou dos demais carnívoros, adquirindo também matéria e
energia.
Paralelamente à
cadeia alimentar estão os DECOMPOSITORES, que retiram matéria e energia dos
restos dos indivíduos que morrem em qualquer um dos níveis desta cadeia.
Qual é a
quantidade de matéria e energia disponível à medida que subimos de nível na
cadeia alimentar?
O nível dos
produtores é o nível de maior energia disponível para o consumo. Os produtores
aprisionam energia solar em moléculas de glicose que passam a fazer parte do
corpo dos produtores. Os herbívoros ao se alimentarem dos produtores adquirem
muita matéria e, junto com ela, energia. No entanto, os herbívoros guardam uma
parte desta matéria em seu corpo e a outra parte eles queimam para produzir
energia que será gasta, liberando boa parte da matéria em sua respiração (CO2).
Sendo assim, para o próximo nível, o dos carnívoros, já sobra menos matéria
disponível para a alimentação e, portanto, menor quantidade de energia
disponível para ser gasta.
A matéria
disponível na forma de alimento diminui, portanto, a cada nível da cadeia
alimentar, sendo que é maior nos produtores (já que eles produzem moléculas de
glicose a partir de moléculas que retiram do ambiente – adicionam matéria à
cadeia alimentar) e vai diminuindo a cada consumidor (já que eles devolvem a
matéria para o meio ambiente na forma de CO2 da sua respiração –
perdem matéria da cadeia alimentar).
A energia também
diminui a cada nível, pois a matéria guarda energia nas ligações de seus átomos
e, se a matéria disponível para o próximo nível diminui, também a energia
diminui. Além disso, a energia diminui, pois é gasta pelo consumidor para se
manter vivo, deixando disponível menos quantidade de energia para o consumidor
seguinte.
A exceção a esta
regra está nos decompositores. Apesar de eles serem o último nível da cadeia,
eles recebem mais matéria e energia que os consumidores, já que toda a matéria
perdida pela morte será ganha pelos decompositores, que devolverão a matéria ao
solo e ao ar, para que possa novamente ser capturada pelos produtores.
E o que ocorre
com o número de organismos em cada nível?
Com a diminuição
da oferta da energia e da matéria, geralmente também ocorre a diminuição do
número de indivíduos em cada nível. Por exemplo: o número de produtores em um
ecossistema é maior que o de herbívoros, que é maior que o de carnívoros. Isso
ocorre porque a disponibilidade de matéria e energia acaba controlando a
reprodução das espécies, ou seja, se há muita oferta de matéria e energia
ocorre também a produção de mais descendentes. Se, ao contrário, há menor
oferta de matéria e energia, há menor produção de descendentes.